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Aluguéis por temporada dobram de preço para o Réveillon na Bahia



Grupo vai alugar casa em Guarajuba para economizar Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Apesar da virada de ano ser de um domingo para uma segunda-feira, dificultando viagens muito longas, há uma maior procura por aluguéis de casas para o período na Bahia. E, com o aumento da busca, o preço das diárias fica até 100% mais caro na comparação com o período sem festas. Especialistas imobiliários ouvidos pelo CORREIO mostram que os destinos mais procurados no estado estão localizados no Litoral Norte, Ilha de Itaparica e Baixo Sul.

Os preços dos aluguéis têm a variação da diária entre R$ 300 a R$ 10 mil. O preço chega, em alguns casos, a ser 50% mais barato do que o de um hotel na mesma localidade.

O fluxo de troca das estadias dos hotéis pelo das casas é concretizado por muitos viajantes justamente quando há a comparação do valor das diárias. “É muito mais econômico se hospedar em casas em época de alta temporada, eu não tenho dúvida, ainda mais porque se você ver o valor dividido pelas pessoas que ficam hospedadas, fica muito menor”, disse o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), Samuel Prado.

De acordo com ele, a procura aumentou substancialmente neste ano por conta de um “respiro” do turismo. “É a lei do mercado. Funciona para todos serviços e produtos. Onde tem maior procura, o preço sobe”, disse.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado da Bahia (Sindimóveis), Jorge Garcia, explica que o aumento no período é normal e que a diferença pode ser de até 100% do período normal. “Geralmente o proprietário vai querer 100% a mais em épocas de alta temporada.

Caso seja um aluguel de um mês, o acréscimo pode ser de 50%. Isso acontece porque o proprietário geralmente não gosta de alugar somente para a temporada e como é período de maior procura, o valor dobra mesmo”, disse.

O corretor de imóveis Carlos Couto, por outro lado, explica que o que há não é um acréscimo no valor, e sim a oferta do valor “cheio” do imóvel. “Durante Réveillon e Carnaval, você trabalha como preço cheio de aluguel, não tem desconto. Em outros períodos, de baixa temporada, você realiza descontos e oferece o imóvel por um valor mais baixo”, explicou. De acordo com ele, no Verão há uma intensificação da busca por aluguéis de temporada na Bahia, principalmente em locais de praia.

Economia conjunta

Um grupo de sete amigos resolveu se reunir para passar o Réveillon juntos em Guarajuba. A busca pela casa começou em outubro, quando dois deles foram para uma festa no local e recolheram os números das casas que estavam com a placas de “aluga-se”.

A pesquisa acabou terminando em aplicativos como o “AlugueTemporada”, onde eles encontraram a casa alocada. Hoje, o grupo de sete amigos mais que dobrou, eles já são 16. “A gente alugou uma causa para 16 pessoas por R$ 4 mil. Na nossa pesquisa, a média para o período de cinco dias durante o Réveillon estava entre R$ 9 a R$ 15 mil”, contou um dos locatários da casa, o estudante de Engenharia Ayrton Albuquerque, 23.

Para passar os cinco dias reunidos, o grupo fará, até a data, duas grandes compras e contará com quatro carros para transportar todos até o local. “As compras vão ser feitas separadas porque quanto mais perto, mais caro fica. Mas os produtos perecíveis precisam ser comprados na hora”, explicou Albuquerque.

Para procurar pelos imóveis, os sites de buscas como OLX, AlugueTemporada e Booking estão cada vez mais sendo utilizados. Uma pesquisa realizada pelo site Booking, divulgada essa semana, revelou que um em cada três viajantes brasileiros prefere ficar em imóveis de aluguel, como casas de temporada ou apartamentos, do que hotel e que um em cada quatro considera anunciar sua casa em site de acomodações de viagem.

Um levantamento realizado pelo AlugueTemporada aponta que 83% dos viajantes que utilizam a plataforma viajam em família ou com os amigos e 68% viajam com crianças. O grupo é formado, em média, por 4 adultos e 1 criança por viagem. O perfil é figurado tanto em altas temporadas como ao longo do ano.

“Em tempos de crise, os clientes estão buscando cada vez mais casas. Já aluguei oito em Guarajuba este ano. Ano passado só tinha alugado nesta época três”, afirma Paulo Andrade, corretor de imóveis.

O aplicativo também foi utilizado pelo grupo de oito amigos que terá Itacaré, no Baixo Sul do estado, como destino do Réveillon. Eles ficarão hospedados em um chalé durante cinco dias. “A gente começou a olhar hostel, mas o valor não compensava. Então nós começamos a procurar por casas. Achei casas com valores diversos. Alugamos um chalé de três quartos com preço de R$ 2,8 mil durante os cinco dias”, explicou a estudante de Letras Cinthia Senna, 26. A distância da praia e a quantidade de quartos foram diferenciais da escolha.

Para ir e voltar, os estudantes usarão ferry-boat e ônibus, com viagem média de 9 horas. O valor de transporte ficou R$ 100 por pessoa, somando ida e volta. “Indo de ferry, a gente vai economizar de cinco a seis horas de viagem. Combinamos de sair bem cedinho em dois carros e ir até o ferry, pegar o ônibus, para chegar lá 12h e aproveitar o dia”, disse a estudante.

O aposentado Adailton Bulhões já passa o Réveillon há 10 anos em Berlinque, na Ilha de Itaparica. Em todos eles, ele alugou casas na praia. “Nós alugamos a casa durante o mês de janeiro. Reparamos que o preço aumentou expressivamente. Antes conseguíamos um mês para 15 pessoas por R$ 8 mil, hoje em dia a gente não consegue por menos de R$ 10 mil”, contou. A casa que o aposentado alugou para o período tem cinco quartos. Geralmente a escolha do imóvel começa em setembro, mas este ano a história foi diferente: o acordo já foi fechado em janeiro de 2017, quando eles passaram a virada na casa.

Segunda casa

A administradora, empresária e estudante de Direito Aline Machado, 36, passa o Réveillon há 20 anos na Ilha de Vera Cruz ao lado de sua família. Ela conta que as buscas pelos imóveis começavam em agosto. “Era todo um planejamento. A gente começava as buscas em agosto, para alocar para o Réveillon”, disse Aline.

Há dez anos, no entanto, Aline e a família resolveram mudar a rotina: em vez de alugar casas, eles adquiriram um imóvel na ilha. O negócio deu tão certo que a família, há três anos, resolveu comprar um outro imóvel, que é alugado para o período. “A casa é grande, tem dois quartos, sala, cozinha e banheiro e a capacidade é para até 12 pessoas”, contou. Ao contrário do fluxo registrado nas outras localidades, Aline reclama que o fluxo de procura pelo imóvel já foi maior. “O ferry não tá lá essas coisas e a mobilidade ultimamente está meio complicada. O transporte não tem melhorado”, relata.

Com diária de R$ 1, 5 mil a R$ 2 mil, a locatária não rejeita a possibilidade da artimanha frequentemente utilizada por brasileiros, a barganha. “Tudo é conversa com o cliente”, ressalta.

Atualmente, Aline faz uso do OLX para divulgar sua casa, mas já está de olho em outros sites que têm crescido no aluguel de imóveis. “Eu já viajei para vários lugares do mundo usando um aplicativo e vejo que através dele as casas têm uma melhor divulgação e maior facilidade também no processo de locação”, explica.

Há oito anos, Wilson Pereira, funcionário público, 54 anos, aluga um imóvel no condomínio Guarajuba Summerflat durante as festas de final de ano e Carnaval. Ele conta que a procura maior é de baianos, de Feira de Santana e região, e de outros estados do Centro-Oeste do Brasil. O imóvel tem um quarto, sala, cozinha e banheiro, com capacidade para seis pessoas e foi alocado pelo preço de R$ 3 mil para seis dias.

Ele conta que aumentou o valor de aluguel do imóvel. “O preço é maior do que o ano anterior, pois o custo aumentou. A conta de luz é cara e ainda pago financiamento. Não tem como mudar isso”, contou.

Wilson faz parte do perfil de arrendadores de casas, que geralmente alugam uma segunda casa, um segundo imóvel que não é residido por eles. Wilson nunca morou no imóvel, a casa serve como fonte de renda e destino para férias da sua família.

* integrante da 12ª turma do CORREIO DE FUTURO

Veja dicas de como alugar uma casa com segurança:

*Pesquise - Na busca, além de eliminar possíveis fraudes, o locatário deve levar em consideração aspectos como localização do imóvel, avaliação do usuário do site, quantidade de quartos, capacidade de hóspedes, período disponível, se disponibiliza serviço de alimentação, além das regras da casa: se aceita animais, se permite crianças, se pode realizar festas, entre outros.

*Vistoria - Caso você conheça pessoas no local em que irá alugar a casa e que possa ir até o local realizar uma “vistoria” no imóvel, melhor. Se o bairro for perto, vá você mesmo até o lugar para ver as reais condições da casa. Caso não consiga, exija fotos.

*Contrato - É importante que um contrato seja firmado para oficializar o trâmite. Informações como data de entrada e de saída, valor, forma de pagamento, regras da casa, entre outros, devem constar.

*Pagamento - Uma das formas mais seguras de transação online é o cartão de crédito, que pode vir a ser cancelado caso algum problema ocorra. Cheques e dinheiro não são opções tão seguras.

Geralmente se pede 50% de entrada e 50% na data de entrada do imóvel. Confira de que forma isso ocorrerá quando negociar com o proprietário.

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