Well, my friends: com a disputa do GP de Fórmula 1 no Brasil e um piloto britânico campeão, é desnecessário contar que inúmeros amigos meus viajaram ao Brasil para ver a corrida em Interlagos, inclusive alguns turistas neófitos. Minha querida amiga Annie Brown, jornalista do Essex Reporter, de meu condado, foi uma dessas pioneiras. Recebi dela o seguinte e-mail, que respondi e ( of course, com a devida autorização) reproduzo:
Miles, querido: como vou ao Brasil, diga-me, em poucas palavras: quais são as dez maiores atrações do País? Miss you! Annie, por e-mail
Well, Annie: miss you too! Adoro listas como as que você me pede. Elas são essencialmente inviáveis, totalmente polêmicas e causam reações adoráveis entre os citados e os não citados. Don’t you agree? É claro que os citados sentem-se, enfim, recompensados pela justiça divina, ainda que Deus não tenha nada com isso. Já os excluídos são sublimes ao revelar o conhecimento que possuem de termos chulos, supostas ingratidões, além de vários nomes do demônio, seja o dito cujo de qualquer origem religiosa.
Anyway, quem produz a lista que se regozije com os encômios e tente sobreviver às imprecações.
De imediato, dear Annie, declare-me incapaz de produzir uma lista de dez lugares esplêndidos no Brasil que tenha menos de 20 citações. Sei que alguns vão me chamar de velho pusilânime e dizer que fico em cima do muro, but I don’t care. O que penso é o que penso. Em compensação, vou reservar-me o direito de não mencionar pelo menos uma dezena de países que não teriam sequer uma atração a destacar. Isto posto, vamos a elas, sem qualquer tipo de ordem de grandeza ou classificação.
Os Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, são maiores que bombachas, mais necessários que o chimarrão e tão grandiosos quanto os livros de meu saudoso Érico ( N.da.R.: Érico Veríssimo, escritor gaúcho, criador de ‘O Tempo e o Vento’); o Pantanal, tão belo quanto o Delta do Okawango e abrilhantado pela poesia de Manoel de Barros; Foz do Iguaçu, que é maior do lado argentino, mas mais belo do brasileiro – anyway, o único lugar de onde se pode avistar as quedas castelhanas.
Paraty, my port forever; Diamantina e suas vesperatas tão raras; Tiradentes é uma certa mineira; as agulhas da Mantiqueira, a anatomia dos Órgãos e, indeed – always –, o Rio de Janeiro. Pomerode e seus marrecos; Itacaré, its strange burning grass smelle suas praias fabulosas; Salvador – a preferida de meu querido Tony (Lonely Planet) Wheeler –; Serro, na Serra da Canastra (a primeira cidade tombada em todo País); Goiás (saudades, lovely Cora!); o desconhecido Vale do Peruaçu (aberto à visitação recentemente,thank God); a espezinhada Serra da Capivara ( do not give up, Niède!); os Lençóis Maranhenses e, of course, um trago de tiquira, boa pinga de mandioca; a Amazônia vista de cima (porque debaixo, é tudo verde e plano), sobretudo as Anavilhanas do Rio Negro, em voo baixo. At last, apenas para fechar vinte, Noronha. Que como Wheeler disse, sem muito entusiasmo (e com muita razão): “Miles:it's another beautiful island.”
Indeed, my friend.
Well, Annie: não falei de São Paulo, de Blumenau, de Curitiba, de todas as praias do litoral norte de São Paulo, de toda a chamada costa Bardot, no Rio de Janeiro; não citei nenhum endereço no Espírito Santo, já naturalmente protegido. Não falei das chapadas, todas elas lindas, algumas delas queimadas; não falei de outras praias do Nordeste, nem de estâncias termais, nem do Jalapão, de Jeri, da Ilha do Marajó, de Alter do Chão, sem citar os destinos turísticos mais visitados do Brasil que são Porto Seguro, a Serra Gaúcha e Caldas Novas, em Goiás. Você me perguntará: why not, Miles?
Ora: você não queria apenas dez lugares? Pois eu já lhe dei vinte! Aos demais, deixo a liberdade para que amaldiçoem por muitas gerações. Lembro, however, que outras listas sempre virão.
MR. MILES É O HOMEM MAIS VIAJADO DO MUNDO. ELE ESTEVE EM 183 PAÍSES E 16 TERRITÓRIOS ULTRAMARINOS.